Opostos..

Amar: dói docemente...

Não amar: nos destrói...

Sentir: preenche um grande vazio...

Não sentir: nos tira do mundo...

Falar: alivia o coração...

Não falar: nos enche de mágoas...

Tristeza: nos leva ao fundo do poço....

Alegria: nos dá asas para voar...

Caminhar: nos leva ao novo....

Parar: nos estagna que nem água de lago...

Chorar: lava a nossa alma...

Rir: nos enche de luz...

Perdoar: dissolve o concreto da raiva...

Não perdoar: nos concreta a alma...

Ouvir: nos tira de nós mesmos...

Não ouvir: nos faz andar em círculos...

Certeza: caminhar de olhos fechados...

Incerteza: pisar em ovos...

Medo: nos acorrenta no mesmo lugar...

Coragem: nos a chave para abrir a porta...

Ver: nos surpreende sempre...

Não ver: nos deixa na escuridão...

Ainda está escuro mas tenho fé na aurora.

O silêncio...

No limbo, o silêncio...

Apenas o silêncio me consola.

Não há espelhos que possam refletir a realidade...

Tudo está coberto de fina névoa.

Olho para trás e só vejo fiapos do que passou,

pequenas meadas de histórias que eu não posso mudar.

Sentimentos soltos, descarilhados, perdidos dentro da própria alma.

Está tudo opaco, sem definição, sem clareza, sem precisão, sem forma...

É como tatear no escuro, ou na claridade...

Me recolho quieta, ensimesmada, enviesada, entristecida.

Aguardando o proximo passo.

Levando a vida ou deixando-a me levar...

Pensei que no retiro tinha me retirado desse contexto...

É preciso ir mais fundo, com mais verdade, e, talvez, com mais dor...

Apenas o silêncio me consola....