sexta-feira, 12 de junho de 2009

Voyer do Tempo



Sou voyer do tempo, atenta às mudanças do mundo ao meu redor
Atenta ao que meus olhos captam, ao que meu corpo sente, ao que minha mente percebe.
As imagens se sucedem no vai e vem da rotina do dia a dia
O caminho é o mesmo, mas não é o mesmo.
Nada é igual, tudo muda e continua a mudar imperceptivelmente.
Nem sempre estou só nesses momentos,
outros também me fazem companhia nesse puro ato de apenas observar.
Em alguns momentos estamos distantes mas no olho do furacão
E tudo parece que se dá em câmera lenta.
O olho observa, o corpo estremece e a mente lateja.
Depois, aquele ínfimo momento passa e retornamos apressados
Às respostas que nos exigem.
Peço-lhes só mais alguns instantes para me deixar levar,
Só mais alguns minutos para usufruir daquele deleite.
E depois o prazer de perceber as nuances que ninguém mais viu ou sentiu.
E a comunhão daquele olhar se faz simples como compartilhar uma taça de conhaque.
Nos ocorrem velhas lembranças, novas associações com os fantasmas já conhecidos.
Então um sorriso nos brota do canto dos lábios,
Nos damos por satisfeitos, damos a volta e retornamos, para o dia recomeçar.

2 comentários:

  1. Márcia,

    Essas nuances, essas nuances que estão nas entrelinhas são percebidas como uma experiência mística que revela o instante.

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  2. Parar e simplesmente observar é uma necessidade para captarmos coisas que a correria odierna não permite. E essas observações nos deixa mais astutos para quando "o dia recomeçar".

    ...
    Veja lá no meu blog um selo e uma brincadeira que indiquei pra você. Participe se tiver vontade, sem se sentir obrigada.
    Bjs.

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